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Fica a saudade, a boa fama e a obra que deixou.

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 19.12.16

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 N. 15/01/1919 – F. 02/12/2016

Em 15 de Janeiro de 2007 escrevi eu neste blog : “ Fez há pouco mais de 2 horas, 88 anos que nasceu, no lugar da Misericórdia, freguesia de Ermelo, o mais notável mondinense de sempre e que Vila Real acolhe como dilecto filho adoptivo, desde 1931: Monsenhor Ângelo do Carmo Minhava “. Foi ordenado sacerdote a 19/12/1942, 23 anos depois do seu nascimento, a 15 de Janeiro de 1919. Os seus dotes artísticos e culturais fora do comum cedo se revelaram e despertaram o apreço e admiração do saudoso Bispo D. António Valente da Fonseca que o convidou para leccionar no Seminário: Latim, Literatura, Francês e Musica. Como musicólogo de nomeada dirigiu o Orfeão do Seminário, do Liceu, da Escola Técnica e do Instituto Politécnico de Vila Real. Notável poliglota os seus artigos de Critica Literária e Musical ficam dispersos por diversas revistas e jornais, o mesmo acontecendo em relação a trabalhos sobre Linguística e Filosofia. Na condição de autodidacta, tornou-se estudioso da Língua Alemã e Russa, tendo feito a tradução de algumas obras. Também como escritor destaco a “Cabrilada” que mereceu de Teixeira de Pascoais rasgado louvor.Musicou letras de muitos poetas e poetisas de todo o País, incluindo Madeira e Açores. Autor da Música de várias Marchas, recordo a de Vila Real, a de Mondim de Basto, a de Montalegre, a de Mesão Frio, a de Cerva e a de Santa Marta de Penaguião.

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Deste saudoso amigo que tive a honra de merecer dele um comentário na Voz de Trás os Montes, ao meu livro: ” Vilar de Ferreiros- Na história, No espaço e na etnografia”, resta-me honrar a sua memória e por intercessão de Nossa Senhora da Graça pedir a Deus que lhe dê o merecido lugar no céu. Com o seu desaparecimento ficou Portugal e os transmontanos mais empobrecidos. Fica a saudade, a boa fama e a obra que deixou.

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publicado às 17:59


Sobre falsos alicerces.

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 11.07.15
 

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Na recente visita que fiz a Ávila, para em peregrinação partilhar das celebrações do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus (1515-2015), além do sentimento que animou a minha deslocação em ano jubilar, acresce a satisfação de saber que à biografia de Santa Teresa, também Nossa Senhora da Graça lhe anda associada. A morte de sua mãe quando ela tinha apenas 14 anos causou-lhe uma profunda tristeza, o que levou o pai a interna-la num colégio de freiras agostinhas em Ávila, o Convento de Nossa Senhora da Graça. Conta ela: “Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então, dirigi-me a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". “1531 - Teresa entra como aluna interna na convento de Nossa Senhora da Graça”. Esteve ali só cerca de ano e meio. Faltava-me fazer alusão a este pormenor que não fiz, de ter ido descobrir a Ávila que também Santa Teresa de Jesus foi devota do culto graciano.

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Passava a oportunidade, se entretanto não deparasse com um arrolamento creio que da responsabilidade da Junta de Freguesia de São Cristóvão de Mondim de Basto, onde nesse apanhado faz um esboço histórico muito interessante sob titulo “Monte Farinha ou de Nossa Senhora da Graça” que peca pela pouca profundeza com que analisa e expõe matéria de interesse histórico e cultural, como é o caso de “nas Inquirições de 1220 já constar citadas duas capelinhas no Farinha”, uma no cimo, a São Veríssimo”, e outra nas proximidades da Fonte da Costa, a Santo Apolinário. Que grande trapalhada! Santo Apolinário se teve a sua capelinha foi nas proximidades da Pedra Alta, onde perto ainda hoje existe essa tradição e a Fonte de Santo Apolinário.

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Também não é correcto designar a Pedra Alta por menhir, que não é, quando muito pode, isso sim, incluir-se no rol do “culto das pedras”, como aventou D. Domingos Pinho Brandão. O mesmo em relação à lenda do “Corujeiro” que não anda associada à Pedra Alta mas a um dos cerros vizinhos da Pedra que Fala. E no que se refere às alegorias consagradas aos devotos de Nossa Senhora da Graça e de São Tiago, recordo aquela quadra popular que no inicio da década de 60 pôs Vilar de Ferreiros e Mondim, em verdadeiro pé de guerra: “ Fui à Senhora da Graça/Fui encontra-La a chorar/Eram os ladrões de Mondim/ Que nos a queriam roubar”, claro que este roubar não tem o sentido que os dicionários lhe dão. É bom recordar o passado e assim fazer história, história aqui realçada e que encerro com uma quadra recolhida do texto em apreço, que canta: “Nossa Senhora da Graça/Milagroso São Tiago/Subi o monte e rezei/O que prometi está pago”. Não à promoção das terras sobre falsos alicerces.

 
 

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publicado às 14:49


Um amigo da nossa terra

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 01.06.15

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Se fosse vivo fazia no próximo dia 05 de Junho 94 anos que nasceu em Fajozes, Vila do Conde, um dos grandes beneméritos do Santuário de Nossa Senhora da Graça, o Dr. Primo Casal Pelayo. “Figura generosa e despida de, mormente ao concelho de Mondim, uma vez que revelou fontes e documentos históricos que até aí eram desconhecidos de todos os estudiosos locais”. Conheci-o nos princípios da década de sessenta e tive a felicidade de o ter vaidades humanas, o Dr. Primo Pelayo ao empenhar-se pela defesa dos direitos  históricos e jurídicos de Vilar de Ferreiros ao Santuário de NS  da Graça, acabou por prestar também um importantíssimo serviço a toda a região de Bastopor grande amigo e mestre no relacionamento com a História, nossa e universal. Homem de uma só palavra, e de um sim, sim, e de um não, não. O que fez dele uma figura muito típica e admirada.

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Como jurista, como professor e como historiador, Primo Pelayo fica na historia da região de Basto por trabalhos soltos, mas sobretudo pela sua obra A Ermida do Monte Farinha, assim como na de Vila do Conde pela monografia de Fajozes. Mas de forma muito sentida fica eternamente na memória dos alunos de que foi formador no Colégio de São José, de Vila do Conde, e no Externato Latino Coelho, em Lisboa, de que foi director e proprietário. Neste capitulo recordo a generosidade com que nos finais da sua vida terrena um desses seus discípulos lhe prestou o apoio de que carecia para acabar com dignidade a sua peregrinação por este vale de lágrimas. A minha homenagem também ao José Godinho e sua dilecta esposa. Este mundo está cheio de gente boa e de nobres corações.

 

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publicado às 15:49


São Tiago no NetBila

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 24.07.14

Romaria de São Tiago (2014)

Costa Pereira Ligado 21 Julho 2014. Publicado em Notícias

Romaria de São Tiago

Mondim de Basto

Como é tradição, mais uma vez a romaria de Santiago, no Monte Farinha, vai ter lugar no seu dies natalis: 25 de Julho. Foi uma iniciativa que partiu do saudoso D. Joaquim Gonçalves, o "Bispo da Senhora da Graça", e que os romeiros acolheram com agrado aumentando em número de ano para ano os que optam por fazer a romaria no próprio dia do Santinho. O programa que quase só aparecia no dia da festa, entretanto apresenta-se convidativo e por isso realço o que interessa destacar:

Sexta-feira, dia 25, Às 07h00 - Alvorada. Às 08h00 - Confissões. Às 09h00 - Entrada de Banda de Zés P'reiras. Às 09h30 - Actuação do Grupo Folclórico de Vilar de Viando. Às 10h00 - Concentração Equestre no Largo de São Tiago, com recitação do terço. Às 10h15 - início da Procissão no Largo de São Tiago. Às 11h00 - Missa Solene. Às 12h00 - Procissão de Despedida (Com destino ao Santuário). Das 13 às 15h00 - Actuação de Grupo Folclórico de Vilar de Viando.

Também os desportistas têm no domingo, dia 27, ocasião de praticar desporto pelas veredas do Monte Farinha, em Passeio de São Tiago (BTT/Estrada todos os caminhos vão dar à Senhora da Graça). Às 09h00 - Saída do Santuário (Passeio BTT de 30km), inscrições no Santuário ou geral@senhoradagraca.pt O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Às 12h30 - Bênção das Bicicletas junto ao Santuário, com entrega do certificado de participação. Às 13h00 - Almoço convívio (com marcação prévia, 12€). A Ordem como de costume será mantida pela GNR de Mondim de Basto.

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publicado às 10:15


Volta a Portugal

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 16.07.14

Passagem dos corredores por Vilar de Ferreiros ( Ponte de Vilarinho)

         Mais uma vez a Volta a Portugal em Bicicleta contempla o Monte Farinha com uma das suas etapas de cartaz, a 4ª deste ano, que terá lugar no dia 03 de Agosto. Vem de Boticas para no alto da Senhora da Graça terminar uma prova de 192, 5 km. Já com tradição a subida do Monte Farinha ou Senhora da Graça, que com a Torre  ou Penhas das Saúde são as duas etapas mais importantes da Volta, desde que no inicio da década de 70 entrou na agenda da Organização nunca mais de lá foi retirada e fazemos votos nunca venha a suceder. É a rainha das etapas.

          Com inicio em Fafe e 10 etapas para percorrer, a Volta começa a 30 de Julho e termina em Lisboa a 10 de Agosto. Novidade é Montalegre que a recebe no dia 02 de Agosto e creio que pela primeira vez, e o Larouco também. Em relação a Mondim estas terras estão a ganhar, e com a perca da paisagem original do leito do Tâmega, adeus região de Basto, nas mãos de quem caístes! Camilo tinha razão ao dizer: "Os fidalgos de Basto, estão acabar-se, tenho pena e saudade!...."

       Outra coisa que também ainda não percebi bem, foi o motivo porque o trajecto inicial desta etapa  excluiu, do itinerário, passar por Vilar de Ferreiros, e antes, pelo despovoado florestal, escolher o Fojo e Paradança para acabar por morrer donde se desviou.... As Fisgas como a Senhora da Graça promovem-se pelo seu próprio encanto. E não esquecer que o recorde de visitantes, foram calculados 100 mil, foi quando a etapa desceu de Lamas de Olo, por Bilhó, Vilarinho, Vilar, Cainha, Campos e Mondim. Tenho dito.

Já agora ficam as etapas:

30 Julho: Prólogo: Fafe-Fafe, 6,8 km (CRI).
31 Julho: 1.ª etapa: Lousada-Maia, 183,5 km.
1 Agosto: 2.ª etapa: Gondomar-Braga, 171,8 km.
2 Agosto: 3.ª etapa: Viana do Castelo-Montalegre, 180 km.
3 Agosto: 4.ª etapa: Boticas-Mondim Basto (Senhora da Graça), 192,5 km.
4 Agosto: 5.ª etapa: Alvarenga-Santo Tirso (Senhora da Assunção), 161,3 km.
5 Agosto: 6.ª etapa: Oliveira do Bairro-Viseu, 155 km.
6 Agosto: Dia de Descanso.
7 Agosto: 7.ª etapa: Belmonte-Seia (Torre), 172,5 km.
8 Agosto: 8.ª etapa: Sabugal-Castelo Branco, 194 km.
9 Agosto: 9.ª etapa: Oleiros-Sertã, 28,9 km (CRI).
10 Agosto: 10.ª etapa: Burinhosa-Lisboa, 167,1 km

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publicado às 15:57


In Tempo Caminhado

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 24.06.14

 Os amigos dos meus amigos meus amigos são, para disso dar testemunho e por constar no texto o nome do responsável por este blog, transcrevo de:

 

"Tempo Caminhado

 

segunda-feira, 23 de Junho de 2014

 

 

Barroso da Fonte - José A. Costa Pereira: um Mondinense de fibra

 

 

                    Barroso da Fonte

Há três semanas trouxe a esta tribuna a memória de um octogenário de Bobal, concelho de Mondim de Basto: Joaquim de Carvalho. Essa leitura foi aplaudida por diversos leitores. Voz sensata e atenta, fez-me chegar de um outro Mondinense o retrato do seu apego à mesma região. Chama-se José Augusto Costa Pereira. É um ferrenho regionalista amigo da sua terra e da região que defende e divulga com fervor, há mais de meio século, ora na comunicação social, ora nos ambientes que frequenta desde que se proporcione falar de terras e de gentes do norte. Amigo de viajar, tem pela vertente histórica e biográfica uma especial atracção de que resulta fazer dessas viagens, a radiografia monográfica dos sítios por onde passa. Assim aconteceu com visitas que já fez aos Açores, Madeira, Angola, Moçambique, França, Itália, Jerusalém e outros lugares que descreveu em páginas de jornal e, mais recentemente, após a aposentação, usando da tecnologia virtual em blogs do Sapo que, subordinados ao titulo aquimetem, ele alimenta, e verte também em páginas semelhantes, como: Tempo Caminhado, NetBila, quando não no jornal O Povo de Basto e A Voz de Trás-os-Montes que são, ultimamente, os jornais onde com mais assiduidade colabora. Fiel aos apelos paternais, deixou a “bacia de prata formada pelo Marão»para do outro lado da serra aprender a profissão que, por respeito a quem lhe facilitou a aprendizagem, nunca trocou por outra. Muito jovem, inicia a sua caminhada e, a pulso, alcança, feliz, a confortável situação de todo aquele cidadão que vê cumprida a tarefa de fazer um filho, escrever um livro e plantar uma árvore.

Após trabalhar em diversas terras nortenhas, nos finais de 1962 este trasmontano de Basto chega a Lisboa, agora definitivamente, disposto a trocar a magia do Tâmega e do Rio Cabril pela opulência de um Tejo quase a entrar na foz. Levou como ferramenta e carta de apresentação, a arte de barbeiro, a de iniciado no ilusionismo e, ainda, a de publicista regional. Essa trilogia fez com que viesse a ser conhecido no bairro de  Santa Maria de Belém pelo mestre dos três ofícios: barbeiro, jornalista e ilusionista.

Nestes ofícios se consagrou, conquistando amizades nos mais diversos sectores da sociedade; conheceu terras, onde trabalhou, actuou em salões e palcos prestigiados, como: Coliseu dos Recreios, Casino Estoril e da Figueira da Foz, Club os Fenianos do Porto, Teatro São Luiz. Colaborou em muitos órgãos de informação. A par disso também nos meios recreativos e associativos a que esteve ligado se distinguiu quer como membro directivo, quer como promotor de festas e de convívios regionais.

Não é exagero dizer que se trata de um dos mais destacados e dinâmicos divulgadores do concelho de Mondim, que se notabilizou e ficou conhecido em toda a região de Basto, quando, na década de 60, ferido no seu amor à terra-berço, por três artigos publicados no diário A Voz, de Lisboa, nos números 5, 9 e 12 de Setembro de 1965, vem a terreiro rebater, no Noticias de Basto, a tese do seu autor. Ao mesmo tempo que arranja modo de conquistar a generosidade de um jurista seu amigo, Dr. Primo Casal Pelayo, que pôs os pontos nos “ii” e, clarificada a situação, o Santuário de Nossa Senhora da Graça é por justiça confiado em definitivo a São Pedro de Vilar de Ferreiros.

Cristão convicto, com particular devoção a São José Maria Escrivá; cultor de amigos e amizades, que tem em todas classes sociais; jamais se serviu delas em proveito próprio, até mesmo nos jornais nunca escreveu para agradar aos amigos, mas sim para dizer o que a sua consciência lhe dita.

Além de colaborador da Imprensa, com mais de meio século de tarimba, Costa Pereira é autor de “As Ferrarias entre Tâmega e Douro” (esgotado), “Vilar de Ferreiros –Na História, no Espaço e na Etnografia” (esgotado) e, recentemente, em Fevereiro de 2014, com a chancela da Chiado Editora, publicou “Nossa Senhora da Graça – Na Fé dos Mareantes”, onde constam todas as paróquias desde o Minho aos Açores, consagradas a Nossa Senhora da Graça. E à Graça devo esta biografia a cheirar às nossas raízes transmontanas.

Barroso da Fonte

Publicada por Armando Palavras  "

 

 

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publicado às 14:00


D. Joaquim

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 02.01.14

          No primeiro dia de Ano Novo, 1 de Janeiro, deste 2014, ia da Bajouca para Minde quando nas proximidades de Leiria o meu telemóvel deu sinal que alguém me queria falar. Atendi e não demorou que viesse a triste noticia: Faleceu o senhor D. Joaquim Gonçalves! Fiquei muito triste, tanto mais que ia com destino a um funeral e por acaso ao de um padre, da diocese de Leiria/Fátima: o padre Albino, de Minde. Por norma quando estou fora de Lisboa, não é meu costume ouvir noticias que não sejam as que recolho na passagem pelo café ou como neste caso algum amigo me dá. Foi por isso além da tristeza uma surpresa saber desta morte que não esperava viesse tão cedo buscar um amigo por quem todos os dias rezava e contava, no próximo mês, fazer-lhe oferta de um opúsculo consagrado a Nossa Senhora da Graça, onde consta uma oração de sua autoria. Nossa Senhora de quem era fervoroso devoto quis antes tê-lo a seu lado, e eu para meu consolo recordo-o em noticia que a seu tempo dei no Terras de Basto de 15/11/1991 e depois transcrevi na Folha do GFRV: 

 

"VILAR DE FERREIROS

Bispo novo crisma gente nova

- Um novo estilo de Visita Pastoral-

         D. Joaquim Gonçalves, novo Bispo de Vila Real, esforçou-se por dar novo rosto às visitas pastorais da sua diocese.Para trás ficou a "venerada imagem do bispo tradicional que chega apenas na data fixada, acompanhado pelo arcipreste e rodeado dos párocos vizinhos e apenas se resume a crismar e rubricar livros paroquiais!..."

Ainda bem que o novo bispo prefere vir sozinho, visitar expressamente uns dias antes o pároco e com ele tratar dos pormenores da visita, falar aos crismandos e ver "in loco" , ponderadamente o património cultural e humano da paróquia.

        Assim D. Joaquim Gonçalves agarrou-se ao volante do seu carro e meteu-se em estradas aonde não se encontram placas para indicar Vilar de Ferreiros, embora seja uma das maiores e mais antigas freguesias do concelho de Mondim de Basto, terra onde se encontra o famoso Santuário de Nossa Senhora da Graça...

Enfrenta os problemas do nevoeiro, da noite, dos maus caminhos, experimentando os sacrifícios que faz um pároco percorrendo essas distâncias e nas piores condições, habitualmente e não de longe a longe...

Mas é assim que os cristãos destas terras de Trás-os-Montes querem ver o "Seu Bispo". Bispo que conhece os seus caminhos e os seus problemas.

        O próprio D. Joaquim Gonçalves reagiu muito normalmente à ausência de indicações que sinalizassem convenientemente esta grande paróquia e lamentou que as autoridades - câmara e junta de freguesia não zelem melhor estes assuntos tão importantes, num tempo de comunicação e até em terras de grande valor turístico!

No entanto saiba-se que isso é "lástima muito frequente nestas terras da região de Basto", aonde os autarcas não têm mostrado nenhuma sensibilidade a esse importantíssimo aspecto. Vivemos por cá em "terras não identificadas na orla das estradas e caminhos" embora isso fosse possível, se não placas muito dispendiosas, até com um sarrafo ou um casqueiro de pinheiro se poderia lá pintar o nome e a distância quilométrica, mesmo à antiga maneira do FAR-WEST ou da Floresta Negra!...

        Mas quando assim um bispo se preocupa com as más condições das terras rurais e as sentiu ele mesmo, então as gentes se apercebem que estão perante um bispo com experiência humana e assim a nossa gente e principalmente a juventude é muito sensível ao "modo de estar e de comprometer com o mundo rural real", real de Vilar de Ferreiros e não somente o real da cidade de Vila Real!

Não basta dizer aos crismandos que um Bispo é alguém que reza por eles e que deseja o seu bem, mas se esse Bispo vem até eles, de longe e regressando em noite de inverno e com nevoeiro, por meio daquelas serras medonhas e isoladas do Marão, desde Mondim até Vila Real...quando o bispo está com eles sem se queixar que já é tarde e até lhes fala das alienantes e fictícias telenovelas brasileiras com que se embrutecem as mentalidades...então esse alguém que é bispo, muda de figura e adquire credibilidade naquilo que prega no dia do Crisma.

        Portanto o Crisma de 3 de Novembro, em Vilar de Ferreiros, foi preparado localmente em 26 de Outubro, não só com um encontro com os que se haviam preparado para o crisma, como também um acompanhar de perto, com o pároco os problemas e as realidades actuais da paróquia.

       Foi visitada a nova residência, que tem vindo a ser amplamente remodelada e ampliada, foram visitados também alguns lugares de culto, como a Capela de São Sebastião, bem próxima da Igreja e Residência...

        No dia 3 de Novembro o Senhor Bispo fazia-se acompanhar de Mons. Selas, Reitor do Seminário de Vila Real e muito ligado a esta paróquia de Vilar de Ferreiros, através do Santuário de Nossa Senhora da Graça, aonde seu pai, residente em Atei foi activo elemento da Confraria...

       Então o seu Senhor Bispo foi recebido festivamente pelo povo da freguesia.

       Foram crismados 104 jovens - 44 rapazes e 60 meninas.

       D. Joaquim congratulou - se com o pároco, P. Manuel Correia Guedes, cujo trabalho apreciou e também lembrou ao povo que estimasse o seu rico e abundante património cultural". Que junto de Nossa Senhora de quem era fervoroso devoto se não esqueça de mim, que nas minhas preces não vou esquecer o senhor D. Joaquim

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publicado às 23:17


Recepção ao novo pároco

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 06.10.13

  

 

           No sábado, dia 5, tomou posse como pároco de Vilar de Ferreiros o Rdo. Sr. Padre João Paulo Castanheira Pinto, que veio substituir o Sr. Abade Manuel Joaquim Correia Guedes, que desta paróquia foi zeloso pároco durante mais de meio século.

           Á posse presidiu, e conferiu, o amado bispo diocesano, D. Amândio Tomás com a presença de todos os párocos do Arciprestado do Baixo Tâmega, cujo arcipreste é o pároco de Ribeira de Pena. Ordenado presbítero em Julho do ano em curso, o Padre Castanheira Pinto vem desempenhar as mesmas funções paroquiais do seu antecessor, acrescidas com mais as de pároco de Ermelo e Pardelhas cuja posse já se deu a 14 e 15 de Setembro respectivamente.

         Para este 5 de Outubro, ficou reservada a tomada de posse das paróquias  que, até ali, ao Sr. Padre Guedes estiveram confiadas: São Pedro de Vilar de Ferreiros, com o seu Santuário de Nossa Senhora da Graça; e São Salvador do Bilhó,  posse que ocorreu às 16:00h, no Bilhó; e às 18:00h, em Vilar de Ferreiros. Ainda que dispensado da responsabilidade paroquial, o abade Correia Guedes continua a habitar a Residência Paroquial de Vilar de Ferreiros e com o encargo de auxiliar os párocos do Arciprestado, em especial o novo pároco, Sr. Padre João Castanheira, a quem de modo muito particular aqui saudamos e desejamos as maiores venturas no seu trabalho sacerdotal. Tem no Sr, Padre Guedes um bom modelo, reconhecido por mais de duas gerações de conterrâneos meus!

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publicado às 17:05


Passado histórico

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 21.03.13

 

           Ao mexer numa das gavetas onde arrecado papeis que conservo e acabo por nunca mais saber deles, calhei de encontrar dentro de um velho invólucro o  recorte - e não me lembro porquê, assim já recortado - de um artigo que há 35 anos publiquei no conceituado Noticias de Chaves. Vale dizer que serve como marco demonstrativo das carências sociais que, ao tempo, Vilar de Ferreiros sentia e só a partir dali algumas foram sendo atenuadas: estrada, luz, água potável e o mais que uma população laboriosa  tem procurado conquistar. Hoje até o "CF"(caminho florestal)que o mapa, acima, mostra a ligar a estrada da Sª.da Graça à Cainha é uma estrada, que evita a quem desce de Vilar ter que ir a Mondim para subir ao Monte Farinha, ou para os lados de Atei. Tudo mudou para melhor, por isso aproveito para  convidar os meus conterrâneos mais jovens a conhecer o passado da nossa terra, não à luz da candeia, mas  à luz do seu passado histórico.

  

 

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publicado às 21:15


Vilar de Ferreiros

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 19.12.12

 

           Da enciclopédia livre que dá pela designação de Wikipédia  e pode ser consultada em on-line dei conta de mais uma daquelas calinadas enciclopédicas que me fazem duvidar de tudo quanto é informação recolhida em fontes desta natureza. Na sua rubrica Vilar de Ferreiros, consta: "Vilar de Ferreiros é uma freguesia do concelho de Mondim de Basto, com 16,15 km² de área e 1 136 habitantes (2011). Densidade: 70,3 hab/km². A freguesia de Vilar de Ferreiros é constituída pelas aldeias de Vilarinho, Vilar de Ferreiros, Pedreira, Vila Chã e Covas, decrescentemente. A Junta de Freguesia é actualmente presidida pelo Sr. José Pinto Queirós". Claro que juridicamente não tem a menor importância o constar ou não na dita enciclopédia o  que na realidade a freguesia de Vilar de Ferreiros pesa em termos de história, espaço e etnografia, mas que me desagradou ver ignoradas duas importantes aldeias da freguesia que são Campos(parte) e Cainha, ai isso sim!E em face disso  aqui me têm os responsaveis por tão grave omissão a denunciar a falta de rigor histórico que neste género de trabalhos de consulta não se deve admitir. Para ignorância bem basta a que reina na comunidade ....

         Não é meu objectivo neste post acusar de negligencia quem está à frente dos destinos da autarquia, embora desde que me manifestei defensor acérrimo do meu torrão natal  nem sempre os autarcas eleitos me tenham merecido a confiança desejada no que respeita a defenderem os direitos históricos e patrimoniais da minha terra berço.Uma consulta atenta a este blog põe a nu o porquê da minha desconfiança. A foto mostra em primeiro plano a aldeia de Vilar de Ferreiros (sede) e mais além a Pedreira que com toda a mancha mais escura do florestado Toumilo e Fojo fazem parte da remota freguesia de São Pedro de Vilar de Ferreiros. E das minhas atitudes por vezes  duras para com alguns dos autarcas da freguesia e até do concelho, hoje se motivos houvessem para os combater teria que ser bem mais agressivo já que se confirma o adágio: atrás de mim virá quem de mim melhor fará.

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publicado às 14:18


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