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Gente cá do burgo

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 19.04.13

 

          Nas minhas "velharias" fui encontrar esta foto alusiva a uma das grandes peregrinações de Setembro, no Monte Farinha, onde se reconhece bem o então bispo da Diocese, D. António Cardoso Cunha; o arcipreste de Mondim de Basto, Sr. Padre Domingos; o "gigante com coração de pomba", Sr Padre Correia Guedes; e o "mestre florestal", Sr. Teixeira, de Sobreira, e outros cujo nome ignoro. Dos citados já só o Sr Padre Guedes faz parte do nosso mundo terreno, mundo no qual a missão sacerdotal, a exemplaridade do cidadão e o espírito de serviço e verdade do Padre Guedes muito têm contribuído para tornar esse "Mundo Melhor". De D. António Cardoso recordo para lembrar que não foi sem antes medir bem a decisão que a Diocese de Vila Real - primeiro graças a D.António Valente da Fonseca - tomou de devolver a administração da Ermida do Monte Farinha à paróquia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, pondo fim a uma obusiva usurpação de direitos paroquiais que vinha do tempo da 1ª Republica.

 

          Acompanhei de perto este processo que fez correr muita tinta, mas acabou por dar razão a quem a tinha, pondo fim à humilhação  a que o abade de Vilar de Ferreiros estava sujeito ao "ser e não ser pároco" de um dos altares que fazem parte da sua paróquia. Além de com esta decisão e reposição da verdade histórica não só se fez  justiça a Vilar de Ferreiros, como também se deu uma reviravolta de qualidade no gerir das esmolas ofertadas a NªSª da Graça. E nesse campo a acção do Padre Guedes e dos colaboradores por ele escolhidos foi determinante e se vê espelhada no trabalho que ao longo destes últimos 50 ali se desenvolveu, merecendo o apreço e admiração dos muitos peregrinos e romeiros, como também a confiança e aprovação do Bispo diocesano. Não foi por mero acaso que um dos prelados que passou pela diocese de Vila Real um dia desabafou, mais ou menos, isto: as "obras não se fazem com engravatados é com gente de trabalho". Aqui também o meu conterrâneo Manuel Mário Borges Lopes merece ser destacado, pois tem sido uma das traves mestras no apoio ao Sr. Padre Guedes, tanto na Senhora da Graça como na Comissão Fabriqueira da Igreja.

  

          Mas ainda sobre o padre Guedes que com 80 anos em cima ainda se mantém activo em duas trabalhosas paróquias, São Pedro de Vilar de Ferreiros e São Salvador do Bilhó, é um prazer para mim vê-lo ser reconhecido por pessoas que de fora visitam a terra e a região onde nasci, como aconteceu agora com uma mensagem que me foi enviada por e-mails, no passado dia 16,  assim:"Caro sr Costa Pereira

Aprecio o seu blog e o seu bairrismo de apego às origens. Moro no distrito de Braga e já visitei todo o património de Vilar de Ferreiros. O pároco mostrou-me a igreja, que gostei muito e, a dois passos, também me maravilhei com a singela e lindíssima capela de S.Sebastião. Não esquecendo o fabuloso cruzeiro. O Sr. padre foi de uma atenção e simpatia que jamais esquecerei: Bom homem, bom padre e humanamente exemplar. Mondim tem interessante património.

 Um abraço

Carlos Branquinho". Pelo que me respeita aqui deixo os meus publicos agradecimentos. Bem haja.

 

         Como pároco e responsável pelo Santuário do Monte Farinha, o Sr. Padre Manuel Guedes nunca trabalhou para a fotografia, nem lugares da frente, a sua postura tem sido a de verdadeiro sacerdote e homem de barba rija e pés calejados de trepar montanhas. Há dias me confidenciava ele: "Hoje mesmo, 12/04/13, vou ao Bobal à terra do padre Américo de Carvalho e rezarei pelo seu eterno descanso e quero que ele seja não só santo no Céu, mas admiro-o já na terra como padre transmontano que nos deixou uma memória de “Padre cura de Aldeia”, mas de primeira. Na terra, e esta de Trás-os-Montes, que é sagrada". Acrescentando: "O padre Américo, um autentico “Cura de Aldeia”! Como colega no nosso Arciprestado de “Baixo Tâmega”, foi sempre aquela máquina que estava presente e nos ajudava a valer, antecipando-se muitas vezes antes do horário no Santuário de Nossa Senhora da Graça, sempre esteve ao nosso lado, e na ultima Festa de São Tiago, de 2012, ele fez questão de não ir a Mondim à cerimónia dos “Medalhados” e desde a manhã até à tarde no ALTO". - Talvez por isso - digo eu - este tipo de "Padre Cura de Aldeia" incomode muito boa gente cá do burgo.

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publicado às 14:50


Ser agradecido

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 14.11.10

 

          Parece que foi ontem, mas o facto é que já vai fazer no próximo dia 12 de Janeiro 50 anos que o Sr. Padre Manuel Joaquim Correia Guedes deixou as paróquias de Campanhó e Pardelhas para como coadjutor, com direito a sucessão, do saudoso Padre colado, Abade Manuel António Morais de Miranda, se fixar em São Pedro de Vilar de Ferreiros. Meio século de vida intensa ao serviço da Igreja e em consequência da comunidade vilar- ferreirense. Bem haja  

 

           Recordo-me de tê-lo visitado pouco tempo após a sua chegada a Vilar de Ferreiros, onde já o encontrei ocupado em mandar construir casas para os pobres e  à Cáritas Portuguesa solicitar apoio alimentar para os paroquianos mais carecidos. Nessa altura o forte do bodo era o leite em pó, que ali deu então, muito que falar...Toda a gente na freguesia era muito pobrezinha...Padre (=pai) em todos os momentos, mas  também Homem de barba rija que nunca pactuou com oportunistas e os bem instalados também nunca lhe mereceram outra importância além da que merecem todos os filhos de Deus.

          Sou testemunha do seu empenho em ver a terra dotada com as benfeitorias do progresso que tanto demoraram em ali chegar: estrada, aproveitamento das águas para consumo e  rega de propriedades, telefone, electricidade e escola primária de Vila Chã/Covas são entre outras algumas das conquistas sociais da terra que tiveram o Sr. Padre Guedes como pioneiro a reclama-las. Mas é no santuário de Nossa Senhora da Graça, na obra ali patente e sob sua exemplar administração gerida que estes 50 anos  do Sr. Padre Correia Guedes como pároco de São Pedro de Vilar de Ferreiros mais se vão reflectir e marcar a sua actividade sacerdotal pelas transmontanas terras de Basto.  

           Não foi por acaso que em Janeiro de 1986 um grupo de paroquianos seus residentes em Lisboa foi propositadamente à terra-natal para no preciso dia 12 desse mês e ano dar os parabéns ao Sr. Padre Guedes e agradecer-lhe o muito carinho e zelo, já então revelados, na defesa do património espiritual e cultural da remota freguesia de Vilar de Ferreiros. Foi um convívio tão simples como espontâneo, pois resumiu-se a uma celebração eucarística da parte da manhã, seguida de almoço na residência, para da parte de tarde voltarmos à igreja e rezar o terço. Com pouco se agrada a quem trabalha por amor, como é o caso do Sr. Padre Manuel que na altura das despedidas de regresso a Lisboa ofertou aos presentes uma pagela alusiva ao acontecimento, com esta legenda:" BODAS de PRATA na PARÓQUIA de Vilar de Ferreiros e na Nossa Senhora da Graça. Padre Manuel Joaquim Correia Guedes. 12-01-1961 a 12-01-1986. = O modelo desta vida espiritual e apostólica é a bem-aventurada Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos(.....). Prestem-lhe todos um culto cheio de devoção e confiem à solicitude  materna a própria vida e apostolado = Vaticano II - A.A. 4".  

   

          Do aspecto urbanistico de quando o "Padre Novo"  montou o cavalo que da Porqueira o transportou ao centro da aldeia de Vilar de Ferreiros, hoje quase já só a velha escola do Souto resistiu à mudança...Talvez  porque foi a "universidade" de muitas gerações que após uma penitente 3ª ou 4ª Classe feitas era a vida rude do campo a dar-lhes ocupação, como agora sem qualquer futuro risonho. Hoje o velho pardieiro além de ser  uma representativa... memória do século passado é  também um espelho e uma lição... para as gerações deste inicio do Séc. XXI. Há que aprender a ser agradecido

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