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É uma freg. muito antiga e cujos limites são anteriores aos da própria Nacionalidade. Para além da ermida de NªSª da Graça é digna duma visita, em Vilar: a igreja paroquial de São Pedro, o brasonado cruzeiro, no adro, e a capela de São Sebasti
Sempre em crescente, decorreu no ultimo domingo, o 1º de Setembro, a Grande Peregrinação a Nossa Senhora da Graça, no alto do Monte Farinha, freguesia de Vilar de Ferreiros, concelho de Mondim de Basto. Por norma tem sempre presidido o bispo diocesano, e D. Amândio Tomás respeita e mantém a tradição que o seu antecessor D. Joaquim Gonçalves levou muito a sério. Bem merecia ali, como agora o saudoso Padre Guedes, uma lápida a recordar também a dedicação e empenho na valorização deste que é o mais importante santuário mariano de Trás-os- Montes. Mas é da homenagem prestada ao Padre Manuel Joaquim Correia Guedes, "o padre da Senhora da Graça" que quero fazer menção, pois trata-se de uma atitude digna de louvou e que muito honra quem teve tal iniciativa. São gestos destes que cativam a comunidade e fazem falta numa sociedade que parece indiferente ao labor dos muitos que sem se servirem serve os seus concidadãos. Soube deste evento pelo facebook em noticia muito simples e despretensiosa, mas que me mereceu profundo respeito, dada deste modo:
“Homenagem ao Padre Manuel Guedes
Ontem, antes da cerimónia religiosa, a câmara municipal homenageou, através da colocação de uma placa no Santuário, o Pe Manuel Guedes, falecido no início deste ano. Um gesto de reconhecimento e gratidão pelo trabalho e dedicação deste pároco, muito estimado pelas pessoas, que ao longo de 50 anos, serviu o concelho e o Santuário da Senhora da Graça. Um momento gratificante que ficará na minha memória”. – Quando se diz a Câmara Municipal, claro que é na pessoa do seu presidente que assenta a base da iniciativa, e por isso eu louvo e partilho do espírito meritório que presidiu a esta iniciativa. Bem haja Prof. Humberto Cerqueira e seus colaboradores. Também a Junta da Freguesia de Vilar de Ferreiros devia seguir o exemplo.
Vem aí mais uma das grandes festividades que levam ao cimo do Monte Farinha centenas de devotos de Nossa Senhora da Graça e do Santinho, São Tiago. É a mais importante peregrinação mariana da Região de Basto, e creio de todo o norte de Portugal. Ali acorrem, no 1º Domingo de Setembro, centenas de peregrinos vindos de todos os cantos do país e até do estrangeiro, sobretudo imigrantes. Como é tradição preside o bispo diocesano, nesta ocasião o insigne transmontano D. Amândio Tomás, e o programa deste ano será preenchido assim: Às 08h00- Confissões; ás 10h00-inicio da procissão com recitação do Terço; ás 11h00- Missa Solene, presidida por D. Amândio, bispo titular de Vila Real; às 12h00-procissão de despedida com regresso da imagem ao Santuário e o adeus a Nossa Senhora. A ordem como de costume está confiada à GNR de Mondim de Basto.
Vamos ter festa grande no Monte Farinha, a chamada Romaria ao "Santinho" é ali, no cimo do mais sedutor miradouro do Norte de Portugal. Ocorre no respectivo dia, 25 de Julho, e chama aquele famoso miradouro milhares de devotos de Nossa Senhora da Graça e de S. Tiago que partilha do mesmo santuário. Do programa desse dia, dia dos Romeiros, destacamos a alvorada, às 07h00; depois, às 08h00, inicio das Confissões; às 09 e ás 09h30 folclore; para às 10h15, no Lg. de São Tiago ter inicio a procissão, com recitação do terço, em Ano da Misericórdia. Preside o pároco da freguesia, padre João Paulo. Já no ultimo domingo do mês, dia 31, volta o Monte Farinha a ser noticia, agora graças à Volta a Portugal em Bicicleta, que não considero seja, dado ser feita aos saltinhos, de terra para terra. Era melhor chamar-lhe de Volta aos retalhos....Mas deixo aqui um convite aos meus leitores: se querem conhecer a terra onde nasci, e tenho muito orgulho nisso, aproveitem o ultimo domingo deste mês Julho. Fiquem por lá desde o São Tiago até então, e visitem as Fisgas, tomem banho, no Tâmega, e em Vilar de Ferreiros, além do Santuário de NS da Graça, têm na sede da freguesia a igreja paroquial, no adro o brasonado cruzeiro e a dois passos a capela de São Sebastião, com miradouro sobre a Ribeira Velha. Da volta li e transcrevo: "A etapa da Srª da Graça é sempre um dia especial e, desta vez, coincide com o domingo do último dia de julho. Bragança dará a partida desta4ª etapa que vai levar a 78ª Volta a Portugal Santander Totta até à sempre aguardada subida ao alto da Srª da Graça, em Mondim de Basto. Serão percorridos quase 192 KM com muita e difícil montanha sobretudo na segunda metade da tirada".
Hoje já ninguém sabe se na viagem, no local de trabalho ou em sua casa tem a vida segura, o recente massacre de Nice e o golpe falhado da Turquia, são exemplo a ter em conta. Mas em contrapartida os portugueses podem se dar por felizes, além de Campeões Europeus de Futebol, primeiros em Atletismo, e agora Campeões Europeus de Hóquei em Patins é caso para não esquecer e festejar de forma exuberante. Se maneira melhor não houver para desenvolver a industria medalheira seja esta fomentada pelo Sr. PR que não tem tido mãos a medir a medalhar os nossos atletas campeões. Eu vou para ferias uns dias e não sei se por lá terei oportunidade de acompanhar o rodar do nosso quotidiano, mas na medida do possível vou fazer por isso. Comigo levo o que neste 17 de Julho já me deu para reflectir: 84 mortos, em Nice, pelo menos 265 na Turquia, e com um António Costa nos bastidores à espera que a conjuntura europeia dê uma ajuda. Se não der também se dispensa, o Zé tem cinto com buracos para apertar, e em tempo de férias até dá jeito.
Se fosse vivo, o Sr. Padre Manuel Correia Guedes, o "gigante com coração de pomba", fazia hoje. 2ª-feira, 84 anos, nasceu 04/07/1932, em Torgueda (Vila Real) e faleceu, este ano, em Vilar de Ferreiros (Mondim de Basto) no dia 03 de Janeiro.
Foi durante meio século abade desta paróquia de São Pedro e deixou obra notável sobretudo no Santuário de Nossa Senhora da Graça (Monte Farinha), que serviu na qualidade de pároco de Vilar de Ferreiros e devoto apaixonado de Nossa Senhora. Pela obra que foi desenvolvendo aos longo dos anos e sempre em crescente, mereceu dos muitos peregrinos e romeiros o cognome de “O Padre da Senhora da Graça”. Homem bom e generoso que morreu ao serviço da Igreja e das almas, sempre, na condição de sacerdote, no concelho de Mondim. Deixou rasto e odor de santo homem. Morreu a rezar o terço.
A todas as minhas amigas e amigos leitores dos meus arrazoados, desejo uma Semana Santa muito festiva a culminar com um Domingo da Ressurreição que sirva de meta para um resto do Ano da Misericórdia vivido como nos pede o Papa Francisco e mundo muito carece. Santa Páscoa!p
Há quatro anos, em 2012, a propósito deste saudoso e ilustre amigo, escrevi: "Faz amanhã um ano, 8 de Fevereiro, que faleceu em Lisboa, onde residia, o Dr. Primo Casal Pelayo, que foi professor, director e proprietário do Externato Latino Coelho, na freguesia de Santa Maria de Belém. Natural de Fajozes, Vila do Conde, foi no colégio de São José, da família Pelayo, que iniciou a sua notável carreira de formador e educador de várias gerações que ainda hoje recordam com saudade o Colégio dos Pelayos, da rainha do Ave". Em Lisboa muitos foram, e são, também, os que ficaram gratos ao Dr. Primo Pelayo e ao colégio de que foi dono, gestor e professor exímio, na rua da Junqueira.
Sempre que posso costumo visitar a campa onde, no cemitério de Benfica, repousam os seus restos mortais; mormente na data do falecimento. Este ano faz cinco anos que deixou o mundo dos vivos; as autarquias que até com os mortos fazem dinheiro, não sei o que a de Lisboa vai fazer da sua ossada. Que ao menos avise os familiares ou a Junta de Freguesia de Fajozes, antes de atirar com ela para a bala comum. São ossos de um insigne vila-condense, e autor da Ermida do Monte Farinha, a quem também muito deve Mondim de Basto.
Na recente visita que fiz a Ávila, para em peregrinação partilhar das celebrações do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus (1515-2015), além do sentimento que animou a minha deslocação em ano jubilar, acresce a satisfação de saber que à biografia de Santa Teresa, também Nossa Senhora da Graça lhe anda associada. A morte de sua mãe quando ela tinha apenas 14 anos causou-lhe uma profunda tristeza, o que levou o pai a interna-la num colégio de freiras agostinhas em Ávila, o Convento de Nossa Senhora da Graça. Conta ela: “Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então, dirigi-me a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". “1531 - Teresa entra como aluna interna na convento de Nossa Senhora da Graça”. Esteve ali só cerca de ano e meio. Faltava-me fazer alusão a este pormenor que não fiz, de ter ido descobrir a Ávila que também Santa Teresa de Jesus foi devota do culto graciano.
Passava a oportunidade, se entretanto não deparasse com um arrolamento creio que da responsabilidade da Junta de Freguesia de São Cristóvão de Mondim de Basto, onde nesse apanhado faz um esboço histórico muito interessante sob titulo “Monte Farinha ou de Nossa Senhora da Graça” que peca pela pouca profundeza com que analisa e expõe matéria de interesse histórico e cultural, como é o caso de “nas Inquirições de 1220 já constar citadas duas capelinhas no Farinha”, uma no cimo, a São Veríssimo”, e outra nas proximidades da Fonte da Costa, a Santo Apolinário. Que grande trapalhada! Santo Apolinário se teve a sua capelinha foi nas proximidades da Pedra Alta, onde perto ainda hoje existe essa tradição e a Fonte de Santo Apolinário.
Também não é correcto designar a Pedra Alta por menhir, que não é, quando muito pode, isso sim, incluir-se no rol do “culto das pedras”, como aventou D. Domingos Pinho Brandão. O mesmo em relação à lenda do “Corujeiro” que não anda associada à Pedra Alta mas a um dos cerros vizinhos da Pedra que Fala. E no que se refere às alegorias consagradas aos devotos de Nossa Senhora da Graça e de São Tiago, recordo aquela quadra popular que no inicio da década de 60 pôs Vilar de Ferreiros e Mondim, em verdadeiro pé de guerra: “ Fui à Senhora da Graça/Fui encontra-La a chorar/Eram os ladrões de Mondim/ Que nos a queriam roubar”, claro que este roubar não tem o sentido que os dicionários lhe dão. É bom recordar o passado e assim fazer história, história aqui realçada e que encerro com uma quadra recolhida do texto em apreço, que canta: “Nossa Senhora da Graça/Milagroso São Tiago/Subi o monte e rezei/O que prometi está pago”. Não à promoção das terras sobre falsos alicerces.
Pároco de Vilar de Ferreiros até 04 de Outubro de 2013, o Sr. Padre Manuel Joaquim Correia Guedes serviu esta paróquia, como abade, mais de 50 anos, e continua a servir como auxiliar do pároco actual.
Natural de Torgueda (Vila Real), onde nasceu a 04 de Julho de 1932, o Sr. Padre Guedes logo após a sua ordenação sacerdotal, em 21 de Setembro de 1957, foi paroquiar Pardelhas e Campanhó até 1960; para a 12 de Janeiro de 1961 ser colocado em Vilar de Ferreiros, onde deixou uma obra notável, patente na defesa dos direitos da paróquia no Santuário de Nossa Senhora da Graça (Monte Farinha) e no zeloso cumprimento do seu múnus sacerdotal e paroquial. Com 58 anos de sacerdócio vividos e postos ao serviço do concelho de Mondim de Basto, como pároco e agora capelão do Lar da Misericórdia, o abade Guedes é por direito não filho adoptivo, mas um mondinense de corpo e alma. Pelo seu aniversário natalício, os meus parabéns e votos de um 04 de Julho para repetir.
O padroeiro da aldeia de Vilarinho (Vilar de Ferreiros) é Santo António. Entretanto os vilarinhenses têm se esquecido dele na peanha da capela sempre que chega o dia da sua festa litúrgica, 13 de Junho.
Este ano o Sr. Padre João Paulo entendeu e bem propor que o Santo fosse festejado e toda a comunidade local e paroquial aceitou de bom grado a ideia. Sendo padroeiro, com Santa Bárbara, não me recordo que este santo popular, ali fosse alguma vez festejado com aqueles atributos folclóricos com que por esse Portugal fora é honrado. Foi este ano com Missa Solene às 17h00 seguida de procissão.
Por isso fiquei contente quando soube da iniciativa e vi a imagem do Sagrado Coração de Jesus sair da igreja paroquial para se integrar na procissão que decorreu na tarde de sábado (dia 13). Quem parece que não gostou da festança foi São Pedro, pois quando viu o cortejo a meio do caminho, vai de abrir as torneiras e a ninguém poupou. Até o Sr. presidente da Câmara, Eng. Humberto Cerqueira, teve que vir mudar de roupa a Mondim, se quis depois à noite jantar, com o corpo enxuto, no salão de Vilarinho. Festa molhada, festa animada.
Parabéns aos promotores e colaboradores, pois Santo António merecia esta atenção por parte dos vilarinhenses. Que seja para continuar e sempre com a mesma animação deste ano. União e colaboração mutua é o que se precisa para manter fortes os laços de amizade, que nos fazem alegres e felizes.