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É uma freg. muito antiga e cujos limites são anteriores aos da própria Nacionalidade. Para além da ermida de NªSª da Graça é digna duma visita, em Vilar: a igreja paroquial de São Pedro, o brasonado cruzeiro, no adro, e a capela de São Sebasti
Vitorino Carvalho Minhoto
Figura muito conhecida e respeitada em todo o concelho de Mondim, e região de Basto, foi como autarca que mais se notabilizou à frente dos destinos da sua, que é também a minha, freguesia de Vilar de Ferreiros. Como pessoa mereceu sempre a minha estima e consideração, como autarca houve pontos em que muitas vezes discordamos, sem que no entanto deixasse-mos de nos respeitar mutuamente. Quando mais tarde nos encontremos para debater alguns desses pomos da discórdia, acabei por concluir que também ele tinha a sua razão e no essencial até esteve sempre do meu lado, sobretudo na defesa intransigente dos direitos da freguesia, quanto a limites e património histórico. Recordo desse altura, em que entre nós havia uma certa animosidade, me fazer companhia ao lado dos saudosos Dr. Primo Casal Pelayo e Manuel Lopes, e da pessoa que nos conduziu para juntos fazermos uma digressão e ver in loco todos os marcos divisórios da freguesia. Assim: começou-se pelo centro de Campos, depois loja do Manuelzinho cuja casa é divisória( metade de Vilar e metade de Mondim), marco do Alto do Couto, cruz da Bouça da Isabel e levada da Isabel(no rio). Ainda nessa manhã visitamos na área da “praina de São Paulo”: o “Fojo de Cercos”, os restos arqueológicos da Capela de São Paulo, e o Fragão de São Paulo, que sempre foi divisão de Vilar de Ferreiros com Mondim e Paradança. A jornada continuou de tarde com a visita ao Fojo de Covas, alto do Vale-de-Ar, cruz da Ínsua, Capela de Santo António de Vila Chão, Poça do Farlengo, cruz da Ponte da Cucaça, Torno, alto de Bentuselos, Fojo e cruz do Campo do Seixo. Terminou na Sra. da Graça, com visita à cruz do 2º adro e à cruz em tau que ao fundo das capelas divide Vilar de Ferreiros com Mondim e Atei. A nossa mutua estima manteve-se e em muitos ocasiões surge exaltada em noticia, como aconteceu em post, de 12 de Janeiro de 2011, neste blog. a-propósito da sua inegável generosidade e referente a uma homenagem prestada ao pároco Sr. Padre Guedes. Dizia, eu: "juntou-se nessa ocasião a Junta de Freguesia, na pessoa do então , Sr. Vitorino Carvalho Minhoto que não obstante o relacionamento com a organização não fosse o melhor, de pronto se associou e colaborou generosamente em nome particular e no da respectiva Junta. Justiça lhe seja feita. Desde aquela data, Janeiro de 1986, mais 25 anos se passaram, e como então o alerta foi dado. E ao que sei a máquina, se emperrada ou não, ainda mexeu..". Nesta altura já a Junta de Freguesia andava entregue aos inexperientes e falhos daquele fervor bairrista característico dos vilar-ferreirenses. Como também, já muito debilitado, o saudoso Minhoto de Vilar tinha deixado as rédeas de uma Junta onde se melhor não fez é porque alguns dos vizinhos, de ontem e de hoje, primam em impedir. Mas como julgar só a Deus compete, o certo é que esta figura carismática de Vilar de Ferreiros partiu, aos 87 anos, para o Além, no passado dia 26 de Março. O funeral, no dia 28, que constituiu uma notável manifestação de pesar, após missa de corpo presente seguiu para o cemitério de Vilar. Paz à sua alma. A toda a família em luto, mormente às suas filhas dilectas Maria José e Maria do Céu deixo as minhas mais sinceras condolências.