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É uma freg. muito antiga e cujos limites são anteriores aos da própria Nacionalidade. Para além da ermida de NªSª da Graça é digna duma visita, em Vilar: a igreja paroquial de São Pedro, o brasonado cruzeiro, no adro, e a capela de São Sebasti
Nas minhas "velharias" fui encontrar esta foto alusiva a uma das grandes peregrinações de Setembro, no Monte Farinha, onde se reconhece bem o então bispo da Diocese, D. António Cardoso Cunha; o arcipreste de Mondim de Basto, Sr. Padre Domingos; o "gigante com coração de pomba", Sr Padre Correia Guedes; e o "mestre florestal", Sr. Teixeira, de Sobreira, e outros cujo nome ignoro. Dos citados já só o Sr Padre Guedes faz parte do nosso mundo terreno, mundo no qual a missão sacerdotal, a exemplaridade do cidadão e o espírito de serviço e verdade do Padre Guedes muito têm contribuído para tornar esse "Mundo Melhor". De D. António Cardoso recordo para lembrar que não foi sem antes medir bem a decisão que a Diocese de Vila Real - primeiro graças a D.António Valente da Fonseca - tomou de devolver a administração da Ermida do Monte Farinha à paróquia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, pondo fim a uma obusiva usurpação de direitos paroquiais que vinha do tempo da 1ª Republica.
Acompanhei de perto este processo que fez correr muita tinta, mas acabou por dar razão a quem a tinha, pondo fim à humilhação a que o abade de Vilar de Ferreiros estava sujeito ao "ser e não ser pároco" de um dos altares que fazem parte da sua paróquia. Além de com esta decisão e reposição da verdade histórica não só se fez justiça a Vilar de Ferreiros, como também se deu uma reviravolta de qualidade no gerir das esmolas ofertadas a NªSª da Graça. E nesse campo a acção do Padre Guedes e dos colaboradores por ele escolhidos foi determinante e se vê espelhada no trabalho que ao longo destes últimos 50 ali se desenvolveu, merecendo o apreço e admiração dos muitos peregrinos e romeiros, como também a confiança e aprovação do Bispo diocesano. Não foi por mero acaso que um dos prelados que passou pela diocese de Vila Real um dia desabafou, mais ou menos, isto: as "obras não se fazem com engravatados é com gente de trabalho". Aqui também o meu conterrâneo Manuel Mário Borges Lopes merece ser destacado, pois tem sido uma das traves mestras no apoio ao Sr. Padre Guedes, tanto na Senhora da Graça como na Comissão Fabriqueira da Igreja.
Mas ainda sobre o padre Guedes que com 80 anos em cima ainda se mantém activo em duas trabalhosas paróquias, São Pedro de Vilar de Ferreiros e São Salvador do Bilhó, é um prazer para mim vê-lo ser reconhecido por pessoas que de fora visitam a terra e a região onde nasci, como aconteceu agora com uma mensagem que me foi enviada por e-mails, no passado dia 16, assim:"Caro sr Costa Pereira
Aprecio o seu blog e o seu bairrismo de apego às origens. Moro no distrito de Braga e já visitei todo o património de Vilar de Ferreiros. O pároco mostrou-me a igreja, que gostei muito e, a dois passos, também me maravilhei com a singela e lindíssima capela de S.Sebastião. Não esquecendo o fabuloso cruzeiro. O Sr. padre foi de uma atenção e simpatia que jamais esquecerei: Bom homem, bom padre e humanamente exemplar. Mondim tem interessante património.
Um abraço
Carlos Branquinho". Pelo que me respeita aqui deixo os meus publicos agradecimentos. Bem haja.
Como pároco e responsável pelo Santuário do Monte Farinha, o Sr. Padre Manuel Guedes nunca trabalhou para a fotografia, nem lugares da frente, a sua postura tem sido a de verdadeiro sacerdote e homem de barba rija e pés calejados de trepar montanhas. Há dias me confidenciava ele: "Hoje mesmo, 12/04/13, vou ao Bobal à terra do padre Américo de Carvalho e rezarei pelo seu eterno descanso e quero que ele seja não só santo no Céu, mas admiro-o já na terra como padre transmontano que nos deixou uma memória de “Padre cura de Aldeia”, mas de primeira. Na terra, e esta de Trás-os-Montes, que é sagrada". Acrescentando: "O padre Américo, um autentico “Cura de Aldeia”! Como colega no nosso Arciprestado de “Baixo Tâmega”, foi sempre aquela máquina que estava presente e nos ajudava a valer, antecipando-se muitas vezes antes do horário no Santuário de Nossa Senhora da Graça, sempre esteve ao nosso lado, e na ultima Festa de São Tiago, de 2012, ele fez questão de não ir a Mondim à cerimónia dos “Medalhados” e desde a manhã até à tarde no ALTO". - Talvez por isso - digo eu - este tipo de "Padre Cura de Aldeia" incomode muito boa gente cá do burgo.
Vitorino Carvalho Minhoto
Figura muito conhecida e respeitada em todo o concelho de Mondim, e região de Basto, foi como autarca que mais se notabilizou à frente dos destinos da sua, que é também a minha, freguesia de Vilar de Ferreiros. Como pessoa mereceu sempre a minha estima e consideração, como autarca houve pontos em que muitas vezes discordamos, sem que no entanto deixasse-mos de nos respeitar mutuamente. Quando mais tarde nos encontremos para debater alguns desses pomos da discórdia, acabei por concluir que também ele tinha a sua razão e no essencial até esteve sempre do meu lado, sobretudo na defesa intransigente dos direitos da freguesia, quanto a limites e património histórico. Recordo desse altura, em que entre nós havia uma certa animosidade, me fazer companhia ao lado dos saudosos Dr. Primo Casal Pelayo e Manuel Lopes, e da pessoa que nos conduziu para juntos fazermos uma digressão e ver in loco todos os marcos divisórios da freguesia. Assim: começou-se pelo centro de Campos, depois loja do Manuelzinho cuja casa é divisória( metade de Vilar e metade de Mondim), marco do Alto do Couto, cruz da Bouça da Isabel e levada da Isabel(no rio). Ainda nessa manhã visitamos na área da “praina de São Paulo”: o “Fojo de Cercos”, os restos arqueológicos da Capela de São Paulo, e o Fragão de São Paulo, que sempre foi divisão de Vilar de Ferreiros com Mondim e Paradança. A jornada continuou de tarde com a visita ao Fojo de Covas, alto do Vale-de-Ar, cruz da Ínsua, Capela de Santo António de Vila Chão, Poça do Farlengo, cruz da Ponte da Cucaça, Torno, alto de Bentuselos, Fojo e cruz do Campo do Seixo. Terminou na Sra. da Graça, com visita à cruz do 2º adro e à cruz em tau que ao fundo das capelas divide Vilar de Ferreiros com Mondim e Atei. A nossa mutua estima manteve-se e em muitos ocasiões surge exaltada em noticia, como aconteceu em post, de 12 de Janeiro de 2011, neste blog. a-propósito da sua inegável generosidade e referente a uma homenagem prestada ao pároco Sr. Padre Guedes. Dizia, eu: "juntou-se nessa ocasião a Junta de Freguesia, na pessoa do então , Sr. Vitorino Carvalho Minhoto que não obstante o relacionamento com a organização não fosse o melhor, de pronto se associou e colaborou generosamente em nome particular e no da respectiva Junta. Justiça lhe seja feita. Desde aquela data, Janeiro de 1986, mais 25 anos se passaram, e como então o alerta foi dado. E ao que sei a máquina, se emperrada ou não, ainda mexeu..". Nesta altura já a Junta de Freguesia andava entregue aos inexperientes e falhos daquele fervor bairrista característico dos vilar-ferreirenses. Como também, já muito debilitado, o saudoso Minhoto de Vilar tinha deixado as rédeas de uma Junta onde se melhor não fez é porque alguns dos vizinhos, de ontem e de hoje, primam em impedir. Mas como julgar só a Deus compete, o certo é que esta figura carismática de Vilar de Ferreiros partiu, aos 87 anos, para o Além, no passado dia 26 de Março. O funeral, no dia 28, que constituiu uma notável manifestação de pesar, após missa de corpo presente seguiu para o cemitério de Vilar. Paz à sua alma. A toda a família em luto, mormente às suas filhas dilectas Maria José e Maria do Céu deixo as minhas mais sinceras condolências.